30.12.11

O batismo na água


Nós que cremos em Jesus Cristo fomos batizados na água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Fomos submetidos a este rito em obediência à seguinte ordem dada por Jesus Cristo aos seus discípulos antes de subir ao céu: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mat. 28:19). Ora, se o batismo na água é um rito que foi ordenado por Cristo Jesus, ele tem de ter por força um significado e tem de ser importante. Podia alguma vez o Senhor da glória mandar fazer uma coisa sem significado e inútil? Neste escrito examinaremos brevemente isto mesmo, ou seja, o significado e a importância do batismo na água ordenado por Cristo Jesus.

O significado e a importância do batismo

O apóstolo Pedro diz que o batismo é "a indagação de uma boa consciência para com Deus" (1 Ped. 3:21) (esta é uma confirmação que o batismo não pode ser administrado a crianças porque as crianças recém-nascidas não podem fazer a Deus esta indagação de boa consciência que é o batismo); portanto como por meio do batismo quem crê em Deus indaga de ter uma boa  consciência na sua presença, ele é necessário (aliás como poderia Jesus instituir uma coisa não necessária para aqueles que creriam nele?). E cada um de nós experimentou as palavras de Pedro porque depois que cremos no Senhor sentimos a necessidade do batismo porque sentiamos em nós pelo Espírito, que embora sendo filhos de Deus purificados com o sangue de Jesus Cristo, para ter uma boa consciência diante de Deus deviamos obedecer à ordem do batismo. Certo, estavamos certos de estar salvos, de ter sido perdoados, mas não obstante isso sentiamos que em obediência a Cristo, o nosso Salvador, nos deviamos fazer batizar na água. Portanto, segundo a Escritura, pelo batismo nós obtivemos uma boa consciência diante de Deus.
Além disso nós, pelo batismo, fomos sepultados com Cristo conforme está escrito: "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na sua morte; para que, como Cristo ressuscitou dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Rom. 6:3,4). E dado que são sepultados os mortos e não aqueles que ainda estão vivos, nós podemos dizer que quando fomos sepultados pelo batismo na morte de Cristo já estávamos mortos para o pecado sendo que nos tinhamos arrependido e tinhamos crido no Evangelho. Em outras palavras que nós antes de ser batizados na água tinhamos nascido de novo, por isso mortos para o pecado; e pelo batismo o nosso velho homem foi sepultado com Cristo. Como Cristo quando foi sepultado já estava morto para o pecado ("quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado" (Rom. 6:10), diz  Paulo), assim também nós quando fomos sepultados com ele já estávamos mortos para o pecado pelo corpo de Cristo. Podemos também exprimir este conceito assim: nós fomos salvos dos nossos pecados pela fé, e portanto ainda antes de ser batizados na água estávamos salvos (porque o acto de crer precede o acto de ser imerso na água). O nosso batismo portanto pode-se definir um acto de obediência a Deus que selou a justificação por nós obtida pela fé antes do batismo. Um pouco como o sinal da circuncisão que Abraão recebeu como "selo da justiça da fé quando estava na incircuncisão" (Rom. 4:11). Porque também Abraão foi justificado por Deus pela fé antes de ser circuncidado, e não foi portanto a circuncisão a imputar-lhe a justiça mas a sua fé conforme está escrito: "Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão" (Rom. 4:9). Do mesmo modo também a nós não foi o batismo a ser nos imputado como justiça (o que significaria que pelo batismo se obtém a justificação) mas a nossa fé que colocámos em Cristo antes de ser batizados na água.
Pelo batismo nós também testemunhámos ao diabo e aos seus ministros (como também às pessoas do mundo que estavam presentes ou que ouviram do nosso batismo) de nos termos tornado discípulos de Cristo Jesus, de não querer viver mais para nós mesmos mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós, e por isso de ter renunciado a nós mesmos e aos prazeres do pecado que nos oferece o diabo através deste mundo mau. Nunca se deve esquecer na realidade que quando nós nascemos de novo fomos arrancados deste presente século mau que jaz no maligno e transportados para o reino do Filho de Deus; que antes do novo nascimento serviamos o pecado mas depois começámos a servir a justiça. O batismo é pois um acto com o qual nós declarámos de estar mortos para o pecado e para o mundo. Como com a ceia do Senhor nós anunciamos periodicamente a morte do Senhor para o pecado uma vez para sempre, assim com o batismo, que se recebe uma só vez na vida, nós anunciámos a nossa morte para o pecado, para o mundo. E se tenha presente que como a ceia do Senhor não é a repetição da morte do Senhor para o pecado, o batismo também não é ele o acto com o qual nós morremos para o pecado porque a nossa morte para o pecado aconteceu antes do batismo, que foi ao invés o anúncio dela. Se tenha presente que o batismo em nome de Cristo em alguns lugares da terra representa um pronunciar sobre si próprio a condenação à morte pelos seus concidadãos, e de facto muitos destes nossos irmãos batizados nestas nações foram depois mortos por terem manifestado publicamente com o batismo a sua decisão de seguir Cristo. Isto para demostrar que para aqueles que se sentiram traidos este acto de imersão que sofre um crente (que para eles é um traidor) significa que aquele que antes era da mesma religião deles decidiu renunciar à sua velha religião para abraçar uma outra totalmente diferente pelo que ele merecia a morte como traidor.
O batismo é um acto com o qual nós declarámos não nos envergonhar de Cristo mas de estar dispostos a sofrer o seu vitupério neste mundo de trevas. O facto pois de muitos crentes terem sofrido uma forte oposição dos seus familiares incrédulos antes de serem batizados é devido ao facto de o diabo ter procurado através de alguns que estavam debaixo do seu poder induzir desta forma o neoconvertido a envergonhar-se do seu Salvador. O adversário na realidade sabe que Jesus afirmou: "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele..." (Mar. 8:38).
Depois de ter dito isso alguém dirá: "Mas então, se não é através do batismo que se é salvo (porque é pela fé que se é salvo), porque é que Pedro diz do batismo: "que também…agora vos salva, o batismo…, pela ressurreição de Jesus Cristo"? (1 Ped. 3:21) Porque assim é, mas Pedro não quis dizer com estas palavras que o batismo nos salvou. Porque não é o batismo na água que salva o homem da escravidão do pecado mas a sua fé em Cristo Jesus. Não é o batismo na água que salva o homem do inferno mas a sua fé, e disso temos uma confirmação no episódio da conversão de um dos ladrões que foram crucificados com Cristo ao qual Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:43). Como podeis ver aquele homem não pôde receber o batismo na entanto foi para o paraíso. Para confirmação do quanto está dito acima vos faço notar que Pedro não disse que 'Que também a nós nos salvou o batismo pela ressurreição de Jesus Cristo' porque se tivesse dito assim isso significaria que Pedro acreditava que se nasce de novo quando se é batizado e não quando há o arrependimento e se crê no Filho de Deus. Mas ele disse que o batismo "agora vos salva,… pela ressurreição de Jesus Cristo" (1 Ped. 3:21), ou seja,  que o batismo na sua morte nos salva da ira vindoura; mas de que maneira? Com a fé na ressurreição de Jesus Cristo porque Jesus disse: "Quem crer e for batizado será salvo" (Mar. 16:16), e não sem. Mas isto não significa de maneira nenhuma que foi pelo batismo que fomos regenerados; tanto é verdade que o mesmo apóstolo Pedro no início da sua primeira epístola diz: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos..." (1 Ped. 1:3);  o vedes? Pedro não diz que Deus nos gerou de novo pelo batismo, mas pela ressurreição de Jesus Cristo ou seja pela fé na ressurreição de Jesus Cristo, o que é diferente. Também o apóstolo Paulo confirma que é pela fé na ressurreição de Cristo que nós fomos regenerados e não pelo batismo quando diz aos Colossenses: "Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos" (Col. 2:12). Notai a expressão "pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos" que posta naquele contexto em que se fala do batismo demonstra claramente que é a fé na ressurreição de Cristo que nos regenerou e não o batismo. E de facto Paulo pregava às pessoas do mundo a fé em Cristo como meio para renascer e não o batismo; porque ele sabia que era somente mediante a fé que elas podiam ser regeneradas. Eis porque aos Coríntios o apóstolo disse: "Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar..." (1 Cor. 1:17), porque aos olhos do Senhor evangelizar era e é mais importante do que batizar, coisa que Jesus nos dias da sua carne o demonstrou evangelizando mas não batizando ninguém. Portanto, resumindo, pela fé na ressurreição de Jesus Cristo fomos salvos, regenerados, e purificados dos nossos pecados; pelo batismo fomos sepultados; e ele nos salva pela ressurreição de Jesus Cristo, ou seja se conservarmos a fé na ressurreição de Cristo. Em outras palavras, nós seremos salvos da ira vindoura na condição de retermos firme até ao fim a fé que colocamos em Deus ao princípio; em caso contrário o batismo na água recebido depois de termos crido não nos servirá absolutamente para nada. Vos explico isto dando-vos exemplos. Se Noé, ou algum dos seus que estavam na arca, tivesse decidido enquanto chovia torrencialmente sobre a terra lançar-se da janela que Deus tinha ordenado a Noé de construir na arca, de certo não escaparia ao dilúvio mas pereceria também ele juntamente com os rebeldes. Se um Israelita que tinha acabado de passar o mar a pés enxutos tivesse decidido voltar para trás os seus passos (antes que Deus dissesse a Moisés de estender a sua mão para que as águas retornassem sobre os Egípcios), certamente ele pereceria com os Egípcios. Assim também nós que estamos em Cristo pela fé, devemos aplicar-nos a permanecer em Cristo se queremos ser salvos da ira vindoura. Portanto devemos continuar a crer nele e a nos guardarmos de lançar fora a nossa confiança, porque isso constituiria uma espécie de suicídio espiritual.
Por fim tenho a sublinhar que o apóstolo Pedro e o apóstolo Paulo (cito eles porque citei as suas palavras a respeito do batismo) batizavam logo aqueles que criam; isto vos recordo para vos fazer perceber como para eles o batismo devia seguir imediatamente a fé e não devia acontecer semanas ou meses ou anos depois. Para demonstrar que para eles, ainda que não fosse o batismo que regenerasse, ele era um acto importante porque ordenado por Cristo a fazer logo. Infelizmente porém o exemplo deles hoje não é seguido no meio da maior parte das Igrejas por muitos motivos que não encontram nenhum apoio na Escritura (o número consistente, a estação quente, etc.). E isto não pode deixar de entristecer. Eu digo que se os padres da igreja católica romana mandam aos pais de fazer 'batizar' os seus bebés poucos dias depois do seu nascimento natural porque pensam que com aquela água derramada sobre as suas cabeças eles renascerão e se tornarão filhos de Deus (o que não é verdade), os ministros do Evangelho devem mandar que os bebés espirituais sejam logo batizados sabendo que o batismo é uma indagação de boa consciência feita a Deus e não o meio através do qual se renasce e se torna filho de Deus. Porque é que um morto com Cristo deve esperar dias, semanas ou meses antes de ser sepultado? O que impede que seja logo sepultado? Porventura não é verdade que Cristo quando morreu foi logo sepultado? Porque pois quando alguém morre com Cristo não deve ser logo sepultado? Se no campo natural mal alguém morre se pensa logo em sepultá-lo, porque é que no campo espiritual mal alguém morre para o pecado porque aceitou Cristo não deve ser logo sepultado? Por isso ó ministros do Evangelho não demoreis a batizar aqueles que verdadeiramente creram no Evangelho. Quero também aproveitar a ocasião para exortar aqueles que creram mas ainda demoram a se fazerem batizar. A estes digo: 'Que esperais?  Porque demorais? Levantai-vos e sede batizados'. Cuidai para não vos envergonhardes do batismo porque é um acto prescrito por Cristo Jesus, um mandamento a que deveis obedecer. Não vos deixeis enganar pelo diabo que com a sua astúcia procura ter-vos longe do batismo. Resisti-lhe pelo escudo da fé e sujeitai-vos a Cristo.

A quem e como deve ser ministrado o batismo

Segundo a Escritura o batismo deve ser ministrado a pessoas que se arrependeram dos seus pecados e creram no Senhor Jesus Cristo, e por isso não pode ser ministrado a infantes que ainda não discernem o bem do mal e que ainda não podem crer com o coração no Senhor. As seguintes Escrituras confirmam que aqueles que devem ser batizados devem antes arrepender-se e crer no Evangelho que lhes é anunciado, e por isso não podem ser batizados bebés.
Ÿ "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados....Foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra...." (Actos 2:37,38,41);
Ÿ "Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, batizavam-se, homens e mulheres" (Actos 8:12);
Ÿ "E muitos dos coríntios, ouvindo Paulo, criam e eram batizados" (Actos 18:8).
Como podeis bem ver nestas três passagens as expressões: "receberam a sua palavra", "quando creram", e "criam" precedem o acto do batismo, e testificam de maneira clara que antigamente para receber o batismo a pessoa devia primeiro crer no Evangelho. Tudo isto está em perfeita harmonia com as palavras de Jesus: "Quem crer e for batizado será salvo" (Mar. 16:16). O batismo pois é lícito que o receba apenas quem creu. Mas para poder crer a pessoa deve primeiro escutar a palavra de Cristo porque Paulo diz que a fé vem pelo ouvir e o ouvir por meio da palavra de Cristo, e também: "Como crerão naquele de quem não ouviram falar?" (Rom. 10:14), e por isso deve haver quem pregue o Cristo porque ainda Paulo diz: "Como ouvirão, se não há quem pregue?" (Rom. 10:14). E isto está em perfeita harmonia com as seguintes palavras de Jesus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo" (Mar. 16:15,16); e: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os..." (Mat. 28:19). Notai de facto que a pregação e o ensinamento precedem o acto do batismo porque os apóstolos primeiro deviam pregar a Palavra, e depois deviam batizar os que tinham crido nela. Esta foi a ordem que os apóstolos seguiram, de facto no dia de Pentecostes primeiro Pedro pregou, depois os ouvintes aceitaram a sua palavra e os apóstolos os batizaram conforme está escrito: "De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra" (Actos 2:41). E isto foi o que sucedeu também em Filipos no caso da família de Lídia conforme está escrito, primeiro: "E, sentados, falávamos às mulheres ali reunidas" (Actos 16:13), e depois, depois que o Senhor abriu o coração a Lídia para que estivesse atenta às coisas ditas por Paulo,  "foi batizada, ela e a sua casa" (Actos 16:15); e também no caso da família do carcereiro conforme está escrito, primeiro: "Então lhe pregaram a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa" (Actos 16:32), e depois, que "foi batizado, ele e todos os seus" (Actos 16:33); e em Corínto onde muitos ouvindo falar Paulo criam e eram batizados (cfr. Actos 18:8). E como a pregação do Evangelho não podia ser dirigida a bebés (e por estes últimos recebida) porque eles embora pudessem ouvir não podiam porém discernir o que era dito e neles não podia pois vir a fé, assim deduzimos que eles não eram batizados. Vimos pois que antigamente o batismo era, em obediência ao mandamento de Cristo, ministrado só àqueles que criam, o que exclui que fossem batizados também bebés que não podiam ainda crer.
Além disso é necessário dizer que o batismo citado nestas Escrituras consistia em imergir na água quem tinha crido, e não num derramamento de água sobre a sua cabeça. Aliás a própria palavra grega baptizo significa 'imergir', 'mergulhar', e não derramar ou aspergir. As seguintes Escrituras testificam que o batismo com água é por imersão e não por infusão.
Ÿ João o Batista batizava por imersão (ainda que o seu batismo fosse só um batismo de arrependimento) conforme está escrito: "Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados" (Mat. 3:5,6), e também: "Ora João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados" (João 3:23);
Ÿ Jesus foi batizado na idade de cerca de trinta anos; quando foi batizado por João no Jordão, foi imerso na água, conforme está escrito em Mateus: "E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água..." (Mat. 3:16); e também em Marcos: "Foi batizado por João, no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descer sobre ele..." (Mar. 1:9,10);
Ÿ O eunuco foi batizado por Filipe por imersão conforme está escrito: "E desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou. E quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe.." (Actos 8:38,39).
Que dizer então daqueles raciocínios feitos por alguns teólogos, como: 'No dia de Pentecostes foram batizadas cerca de três mil pessoas e nós sabemos que em Jerusalém não há nenhum rio que permitisse um batismo de imersão', e: 'O carcereiro foi batizado com toda a sua família no cárcere e ali não havia um rio ou uma piscina para fazer um batismo por imersão; portanto nestes casos o batismo foi ministrado por infusão' ? Diremos que eles são só conversas vãs que apenas servem para lançar areia aos olhos das pessoas. Deus não era obrigado a fazer transcrever, todas as vezes, onde e como eram batizados todos os que aceitavam o Evangelho. Uma coisa é certa, naqueles casos em que Ele não quis que fosse transcrito onde e como foi ministrado o batismo aos crentes, não é porque aquele batismo lhes foi ministrado por infusão! E depois, seguindo este modo de raciocinar se teria também que dizer que naqueles casos onde não está escrito que os crentes receberam o batismo eles não foram batizados como no caso daqueles milhares de pessoas que depois que Pedro corou o coxo em Jerusalém creram, dos Tessalonicenses, ou dos que creram em Atenas; pelo que o batismo não era necessário! Mas isto evidentemente significaria fazer dizer à Palavra o que ela não diz e constituiria uma contradição.
Provamos portanto que o batismo instituído por Cristo deve ser ministrado a pessoas que se arrependeram e creram e também que ele é por imersão e não por infusão. Quando pois, por exemplo, um Católico romano se arrepende e crê com o seu coração no Evangelho da graça deve ser batizado; não rebatizado porque na realidade o que ele recebeu em criança (ou mesmo em adulto) na igreja católica romana não é de maneira nenhuma um batismo mas uma qualquer coisa que tem só o nome de batismo. A mesma coisa vale no caso de quem se arrependeu ser um Protestante (Luterano, Reformado, etc.) que recebeu a aspersão da água em criança; também ele deve ser batizado.
Pelo que diz respeito depois às palavras a usar no batismo é necessário dizer ao batizando: 'Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo' porque Jesus assim mandou: "...batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mat. 28:19). Em nome do Pai porque foi Ele que o trouxe ao seu Filho, (cfr. João 6:37,44,65), em nome do Filho porque Ele o recebeu e lhe revelou o Pai (cfr. Lucas 10:22), e em nome do Espírito Santo porque foi Ele que o convenceu quanto ao pecado, à justiça e ao juízo (cfr. João 16:8).

O batismo não regenera o homem

A doutrina da regeneração batismal sustenta que se nasce de novo quando se é batizado na água; e é uma doutrina que é ensinada não só na igreja católica romana. Para sustento desta doutrina são habitualmentecitadas as seguintes palavras de Jesus: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (João 3:5), e as seguintes palavras de Paulo: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração..." (Tito 3:5). Mas as palavras de Jesus (cfr. João 3:5) e de Paulo  (cfr. Tito 3:5) que estes tomam para sustentar o poder de regenerar do batismo têm um outro significado. Vamos explicá-lo.
Jesus quando disse que é necessário nascer da água intendeu dizer que é necessário ser regenerado pela Palavra de Deus porque a água representa a Palavra de Deus (cfr. Is. 55:10,11). De certo Ele não intendeu dizer que a água do batismo regenera ou tem o poder de regenerar o pecador porque isso não corresponde à verdade, porque o poder de regenerar o pecador o tem a Palavra de Deus (cfr. 1 Ped. 1:23). E depois, se fosse assim como dizem estes, o ladrão convertendo-se sobre a cruz no momento da morte não teria podido ir para o reino de Deus porque não nasceu da água, isto é, porque não foi batizado. Mas então porque é que Jesus lhe disse que naquele dia estaria com ele no paraíso? Porventura não foi porque aquele homem antes de morrer experimentou o novo nascimento, ou seja nasceu da água e do Espírito? Certamente que assim foi, e não pôde ser doutra forma.
Pelo que respeita às palavras de Paulo a Tito, por lavagem da regeneração o apóstolo não intendeu dizer a regeneração feita pelo batismo.  Porque ele por lavagem não entendia a imersão na água de quem tinha crido, mas a purificação feita nele pela Palavra de Deus de facto aos Efésios diz que "Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificado-a com a lavagem da água, pela Palavra.." (Ef. 5:25,26). Para confirmar que Cristo nos lavou e limpou pela sua palavra, e não pelo batismo na água que recebemos em seu nome, citamos as palavras que Jesus disse aos seus discípulos na noite em que foi traído: "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" (João 15:3). Ele não lhes disse que estavam limpos por causa do batismo, mas por causa da sua palavra, que era a Palavra de Deus conforme ele disse: "A palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou" (João 14:24).

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